Hoje a tendência no varejo é orientar suas decisões por dados para se manter competitivo, isto já é inegável. Mas mesmo com esta preocupação, neste período em que a pandemia vem mudando muita coisa, inclusive como atuam as lideranças em sua gestão de negócios, vemos que manter um nível adequado de atendimento aos clientes – considerando inclusive o atendimento às suas demandas de produtos e serviços – é um desafio muito grande. E boa parte deste desafio se encontra na gestão de estoques.
Neste momento em que a transformação digital avançou imensamente, e com as pessoas conectadas quase 24 horas por dia – seja trabalhando, se divertindo ou mesmo comprando – encontramos hábitos e comportamentos de consumo novos, que se alteram com muito mais frequência e facilidade. Por isso existe uma crença de que atender os clientes é algo que se faz momento a momento, e do ponto de vista do estoque, isto implica em técnicas e abordagens muito específicas na gestão de estoques.
Considerando isto, neste texto vamos mostrar os principais tipos de estoque no varejo e como eles são tratados.
Quando falamos de variáveis relacionadas com estoque estamos referenciando às características de giro e de armazenamento do material (uso interno da empresa) ou produto (revenda) em questão. Seja o nível da necessidade de se evitar uma quebra ou falta, seja pelo prazo típico de armazenamento, ou seja, pelo tempo de estocagem habitual, ou mesmo pela estratégia de negócio relacionada a sazonalidade ou distribuição, por exemplo.
Daí chegamos ao papel da gestão de estoque, um elemento vital para garantir que os pedidos sejam atendidos conforme o planejado e atendendo à estratégia definida para cada caso.
Isso não quer dizer que a melhor maneira de lidar com o estoque de um produto é mantê-lo sempre cheio para nunca faltar aos clientes, até porque isto pode prejudicar a estocagem de outros produtos, sem contar que há custos associados à esta estocagem, que podem comprometer o capital de giro da empresa. Como sabemos, as tendências mudam rapidamente e assim e o estoque precisa estar em sincronia com o comportamento de consumo de cada período no menor ciclo possível, levando em conta o giro, tamanho do pedido e prazo de entrega do fornecedor e claro, a sua sazonalidade.
A gestão do estoque não pode ser feita tendo como base uma média geral. É fundamental entender a dinâmica das categorias. A seguir, vamos mostrar 4 características associadas a gestão do estoque que são úteis para entregar resultados positivos, permitindo que as empresas atuem com inteligência no varejo.
Quando uma empresa lida com grande diversidade de produtos e sua logística de aquisição tem dificuldade para tratar todos simultaneamente, a melhor alternativa para o gestor de estoque é ter entregas faseadas. A negociação pode ser única, mas a entrega não precisa ser de uma única vez.
Imagine uma empresa que comercializa 3 produtos, A, B e C. Em duas semanas ela vende 33 de cada um, mas não tem a capacidade de armazenar simultaneamente neste período. Assim, para garantir o atendimento de seus clientes são armazenadas nas primeiras 2 semanas 100 unidades do produto A, nas 2 seguintes 100 do B e assim respectivamente.
Ou seja, a entrega é planejada em fases para se manter no nível adequado e não gerar “buracos” no atendimento dos clientes, evitando assim as rupturas.
Quando existe alta demanda de vendas por um produto importante ou estratégico, é preciso agir com um nível maior de segurança para garantir que ele não falte em um momento crítico. O estoque de segurança está associado principalmente a aspectos relacionados a entrega por parte da indústria e distribuidor.
Para este fim, de lidar com imprevisibilidade, é utilizado o estoque de segurança, que permite à empresa minimizar os riscos que potenciais ‘quebras de estoque’ possam causar, prejudicando o atendimento da demanda de vendas.
Este tipo de estoque é muito eficaz para atender demandas temporárias inesperadas, que aumentam exponencialmente as vendas de um produto em específico por um período limitado. Bons exemplos são os estoques de segurança feitos para atender a uma alta na procura além do planejado, em datas comemorativas como dia das mães ou dos pais.
O funcionamento é bem simples: a partir de uma análise para minimizar custos de estoque associados ao maior volume de itens, se planeja uma quantidade estimada a partir de possibilidades de demanda, considerando uma quantidade de segurança de determinado item. Assim, caso a demanda aumente, fica mais viável a possibilidade de supri-la sem tomar medidas especiais, como comprar de um fornecedor desconhecido por necessidade de prazo imediato, pagar mais caro ao fornecedor habitual, ou mesmo perder vendas – criando um impacto negativo no resultado de um produto relevante para seu varejo.
Para que isso seja feito de forma eficiente e não ocorram custos desnecessários é importante se planejar com base em dados, tanto históricos como de tendências, levantados internamente e externamente com cuidado e acuracidade, e com uma análise muito bem feita, considerando potenciais cenários para o seu negócio e suas possibilidades. Quanto maior o estoque de insegurança, maior é a incerteza e também os custos associados. Cabe lembrar que estoque é investimento e precisamos avaliar o quanto o dinheiro está sendo devidamente remunerado.
Gerir de forma eficaz o estoque sazonal é muito importante no varejo. Seu funcionamento e finalidade é muito parecido com o estoque de segurança, pois a estratégia é estocar para não faltar em períodos de alta demanda como produtos cujas vendas se intensificam ou só ocorram durante as diferentes estações do ano ou datas especiais.
A grande diferença entre os dois é que o estoque sazonal implica em um planejamento bem antecipado, mas não para suprir períodos de incerteza e sim para atender datas específicas com demandas previstas, como natal, produtos de festa junina, ovos de páscoa, etc.
Também é muito utilizado no varejo alimentício, pois alguns alimentos são de “época” e não estão disponíveis na mesma quantidade durante todo o ano. Para contornar esse viés, esse segmento do varejo antecipa a compra de certos produtos em maiores quantidades para suprir seus períodos de escassez.
O estoque em trânsito significa que o pedido foi feito, mas está “em trânsito”, em algum ponto da cadeia de abastecimento como centro de distribuição da indústria, transportadora, cross-docking, centro de distribuição do varejo, por exemplo.
Acompanhar os itens em trânsito, sejam eles recursos produtivos, encomendas ou produtos em entrega é uma forma de contabilizar com exatidão o valor total de mercadorias e programar precisamente quando tais produtos chegarão para uma gestão eficiente do estoque visando evitar rupturas.
Com essas informações em mãos, a gestão de estoque consegue eliminar compras desnecessárias e programar com antecedência promoções relacionadas aos produtos que estão chegando com data marcada.
Veja também: Por que ressignificar a área de compras
Como presenciamos diariamente, o mundo está transformado tecnologicamente e os consumidores empoderados com muito acesso a informações, estão cada dia mais exigentes.
Essa realidade faz com que o comportamento de consumo se altere com rapidez, e por isso as empresas precisam se adequar na mesma velocidade. Com o uso de tecnologia e com uma abordagem de gestão por dados para se obter inteligência em seu negócio, as empresas conseguem a agilidade e a flexibilidade que precisam.
O resultado disso é um varejo completamente revolucionado tecnologicamente, conhecido também como Varejo 4.0. Esta super atualização do segmento com tecnologia transformou a gestão de estoque das empresas.
O estoque é decisivo nos resultados, para uma empresa obter sucesso é preciso gerenciá-lo de forma que ele se harmonize com as necessidades dos consumidores e assim colabore com o crescimento sustentável e rentável do negócio.
Como o estoque impacta diretamente no atendimento das demandas dos clientes, mantê-lo adequado à realidade de seu negócio é um ponto determinante para obter resultados e aumentar a rentabilidade da empresa.
Por isso, uma tendência no varejo e comum entre todas as empresas é utilizar mais de um tipo de estoque para ganhar flexibilidade, assegurar o atendimento das demandas em meio às incertezas, e contar com a quantidade necessária de produtos para eventos sazonais.
Veja também: Pandemia, estoque e demanda: o que pode ser feito?
Gostou de conhecer mais sobre como a gestão de estoque é parte crucial da inteligência de varejo, e os principais tipos que são trabalhados? Tem algum ponto que acha deveríamos tratar? Participe nos comentários abaixo!
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