Vivemos na era da informação, nunca na história da humanidade se produziu e se teve acesso a tantos dados como atualmente. Estima-se que, em 2025, daqui a apenas seis anos, o mundo alcance 163 zettabytes de informação (cada zettabyte corresponde a 1 trilhão de gigabytes)!
Ainda me lembro do tempo em tínhamos que ficar constantemente cuidando para que o espaço em disco do nosso computador não se esgotasse. Hoje isto já não nos aflige muito, com a melhora e o barateamento dos meios de armazenagem, seja nos nossos dispositivos (computadores, celulares, etc) ou na nuvem.
O mesmo acontece no mundo empresarial, com uma fonte inesgotável de informações sobre clientes, produtos, serviços, redes sociais, mídias e por aí vai. Vivemos a era da abundância de informação e o desafio é fazer com que estas informações tenham qualidade e se conectem para que possam gerar valor.
Não são poucos os casos que presenciamos investimentos em Big Data, ciência de dados e Analytics, esquecendo de unificar e criar processos que garantam a qualidade de informações tão básicas e importantes quanto os cadastros de produtos e clientes para ficarmos somente nestes dois contextos, gerando bons relatórios e gráficos, porém com dados ruins, prejudicando a tomada de decisão.
Outro ponto importante no processo de transformar dados em diagnóstico e/ou oportunidade, é ter em mente quais perguntas de negócio queremos responder e que elas contem uma história. Geralmente são geradas toneladas de informações, tomando nosso tempo precioso em ler, interpretar e as vezes recriá-los ao invés de usar este tempo em solucionar um problema ou investir na busca da oportunidade escondida.
É imprescindível contar com um conjunto de poucos indicadores de fácil leitura e interpretação. Estes indicadores devem ser produzidos com base em um método e linguagem reconhecido por toda a organização gerando credibilidade. E isto pode ser alcançado por empresas de qualquer tamanho. Aqui não estou falando de big data, inteligência artificial ou ciência de dados, que logicamente são excelentes ferramentas que dependem muito do estágio de maturidade em que esteja a empresa. Porém é possível colher todos os benefícios da informação com as ferramentas que usamos no nosso dia-a-dia.
Já existe um novo profissional que vem se destacando nesta área, é o Designer de Dados. Ele é um profissional com formação em criar dashboards limpos e claros, usando o melhor das ferramentas de Analytics, sem aqueles montes de relógios e gráficos rebuscados e empilhados na tela que não se conectam, e que contem de forma simples, uma história que extraia significado e valor a partir de seus dados, liberando o tempo escasso dos executivos e profissionais na busca de soluções e oportunidades.
Sobre este tema, recomendo a leitura do livro Storytelling with Data: A Data Visualization Guide for Business Professionals de Cole Nussbaumer Knaflic. Existe uma versão em português também, mas infelizmente a edição nacional está toda em preto e branco, o que tira muito do impacto sobre como criar gráficos e suas cores. Mas todo o conhecimento está lá disponível inclusive para quem não domina o inglês.
Aqui vão 5 dicas na elaboração de indicadores:
Por exemplo, é improvável que a empresa melhore o atendimento ao cliente, se não houver tais KPIs (Key Performance Indicator), como aumentar a satisfação do cliente em X{b97535956982347505e90841a941152adc3238ce8637e8f0e15be94c4be72a7d} e reduzir o número de reclamações de clientes em Y{b97535956982347505e90841a941152adc3238ce8637e8f0e15be94c4be72a7d}.
Mesmo uma escala pode levar a conclusões erradas, se usada de forma errada. Por favor, veja a imagem: à primeira vista, uma empresa está muito à frente de seus concorrentes, enquanto na realidade (e com uma escala diferente), a diferença é pequena.
(Photo Credit: ScienceSoft)
Neste exemplo, um varejista anunciou que suas vendas atingiram 15 milhões. Parece impressionante, não é? Imaginamos que a equipe tenha feito um ótimo trabalho. Mas os números serão tão impressionantes se os considerarmos no contexto de crescimento versus mês ou ano anterior? Não necessariamente. A ambiguidade desaparece se o gráfico de barras mostrar os valores, como na figura abaixo.
(Photo Credit: ScienceSoft)
Um exemplo, gráficos de pizza são ruins em mostrar tendências em números absolutos.
Observe que os salários aumentaram 30{b97535956982347505e90841a941152adc3238ce8637e8f0e15be94c4be72a7d} e, como dá para ver, é uma proporção menor da pizza. Os custos com materiais quase dobraram, mas isso é apenas aparente observando os rótulos.
Veja como isto muda, quando se usa outro tipo de gráfico:
À medida que as empresas e os negócios evoluem e crescem, os painéis devem ser deixados para trás e, como consequência, começar a fornecer elementos visuais enganosos, imprecisos e irrelevantes – o que acaba levando a decisões de negócios erradas. Revisar regularmente painéis e tabelas de poda, gráficos e indicadores que não são mais relevantes manterão seus Painéis de KPI (Key Performance Indicator) ativos.
Fábio Nunes é sócio na Inteligência360, com carreira na área de Tecnologia, Analytics, CRM e negócios.
Profissional com solida experiência e carreira na área de tecnologia, inovação e operações, consolidadas em empresas de serviços, indústria e varejo usando metodologias comprovadas, como Agile, Scrum, e outras.
Liderou equipes e projetos globais no Brasil e na América Latina, incluindo processos de aquisição de empresas, disaster recovery e implementação de Big Data.