Para muitos lojistas, o futuro do varejo é uma incógnita, tendo em vista todas as modificações pelas quais o mundo tem passado nos últimos anos. Muitos colocam em xeque, por exemplo, a própria sobrevivência das lojas físicas, em um universo que é cada vez mais digital.
Em meio a tantas incertezas, para sobreviver no mercado atual, é preciso estar sempre de olho nas tendências e se adaptar a elas. Dessa forma, mais resultados positivos serão alcançados e a lucratividade dos estabelecimentos comerciais estarão em alta, apesar do cenário repleto de mudanças em que vivemos.
No que se refere ao futuro do varejo, algo que deve ser compreendido é o conceito de modernidade líquida, proposto pelo filósofo e sociólogo polonês Zigmunt Bauman.
Para Bauman, os líquidos representam um alto poder de adaptabilidade, que permitem às substâncias escorrer, transbordar, respingar e se adaptar aos espaços, de acordo com o formato.
Se você pegar uma garrafa cheia d’água, por exemplo, e transferir o líquido para um copo, perceberá uma mudança significativa. A água deixará de ter o formato de um recipiente para adquirir o de outro.
É isso que o conceito de varejo líquido significa, um processo de adaptação aos diferentes cenários. Isso envolve as mudanças de comportamento dos consumidores, as formas de pensamento das novas gerações, as condições econômicas, sociais e geográficas em que o negócio está inserido etc.
Recentemente, por exemplo, muitas cidades e estados brasileiros tiveram as portas dos comércios fechadas, por conta da pandemia da Covid-19. Para seguir operando, em meio a um cenário de calamidade na saúde pública, foi preciso ser maleável.
Os negócios tiveram que se adaptar a uma nova realidade. Aqueles que já eram “líquidos”, ou seja, versáteis para trabalhar até mesmo nas situações mais adversas, se destacaram.
Quem já tinha um e-commerce estruturado ou uma boa infraestrutura para atender por delivery, por exemplo, se destacou, conseguindo se adaptar rapidamente a uma nova realidade. É sobre essa adaptabilidade que estamos falando quando afirmamos que o futuro do varejo é líquido.
As tendências do varejo para os próximos anos estão diretamente relacionadas à transformação digital e às mudanças no perfil de compra do shopper.
As lojas físicas seguirão existindo, porém, com mudanças substanciais em suas formas de operação. O comércio de conveniência autônoma, por exemplo, em que o cliente faz todas as compras sozinho, sem a ajuda de vendedores ou operadores de caixa, é uma grande tendência.
Outra novidade que começa a ganhar força, e que está relacionada com o varejo líquido, é o showrooming. Nesse modelo de negócio, o cliente vai até o estabelecimento físico e observa os produtos no mostruário. Depois disso, faz a compra online e recebe o item em sua casa. Outro exemplo são varejos eletrônicos com forte histórico em e-commerce que implementam lojas ‘pop-up’ em pontos de interesse para alavancar suas vendas online. Alguns têm chamado este mix de formas de comprar e vender de ‘Figital‘.
Todas essas inovações e tendências de varejo líquido também são muito pautadas por dados coletados continuamente ao longo da cadeia de funcionamento do varejo. O uso correto das informações dos clientes permite que os gestores de negócios conheçam mais o seu público e possam se adaptar mais às suas necessidades.
Por tudo isto é muito importante que velhos paradigmas e crenças sejam superados para lidar com a era do varejo líquido. É uma tendência que não pode ser mais relevada, sob os riscos de perder competitividade por permanecer atrelado a práticas antigas. Sob esta perspectiva, o varejo não pode mais pensar somente em um modelo sólido porque o relacionamento com os consumidores tem as características dinâmicas dos fluxos das formas líquidas.
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