No âmbito estratégico dos negócios, inteligência competitiva e inteligência de mercado são termos já conhecidos e usuais. No entanto, apesar de possuírem um objetivo em comum (diminuição de riscos e aumento de desempenho da empresa), as diferenças são visíveis e consideráveis.
Vamos entender como cada uma delas funciona.
O termo Inteligência de Mercado foi originado a partir de um ‘paper’ publicado em 1958 por Hans Peter Luhn, entitulado “A Business Intelligence System”. Esta conceito de inteligência procura desenvolver um sistema de análise contínua do mercado, gerando dados valiosos para entender melhor suas características, demandas e tendencias. Portanto, possui um viés mais estratégico e de longo prazo, com objetivo premente em compreender o atual cenário do mercado, buscando soluções com o intuito de adquirir uma vantagem competitiva e, consequentemente conquistar maiores fatias do market share. Logo, o foco desta metodologia é o de elaborar estratégias para estruturar a estratégia da empresa frente ao mercado, pautada sobretudo em uma abordagem ampla do segmento.
Seus maiores benefícios por tabela, são: conhecer as reais necessidades do mercado, seu mercado de atuação e monitorar o direcionamento da concorrência em geral. Por isto, ela é crucial para empresas do segmento de Varejo, que sempre dependem deste contexto para tomar decisões estratégicas.
Com um caráter mais proativo que a Inteligência de Mercado, este tipo de Inteligência procura buscar majoritariamente uma compreensão mais assertiva de seus concorrentes, suas práticas e resultados junto ao público-alvo da empresa.
Indo além, ela necessariamente compara seu foco de atuação e competitividade em diversos contextos, entre eles os diferenciais de mercado, estratégia de preços, produtos, etc, sempre com uma atenção específica no resultado junto ao seu segmento. Deste modo, seus principais benefícios são o aumento da competitividade, a atuação constante em ideias inovadoras e, por consequência, um melhor posicionamento de mercado.
Com isto em mente, fica mais fácil a criação de uma proposta de valor que efetivamente se adeque e seja aderente à realidade do seu cliente.
O grande benefício da Inteligência Competitiva é estar sempre próximo das ações da concorrência, monitorar iniciativas de mercado com o intuito de melhora-las e manter uma abordagem aberta para inovações e novas formas de se relacionar com seu cliente.
Apesar das semelhanças, sobretudo no contexto de manter ou aumentar a competitividade no mercado, estas duas inteligências possuem abordagens sistêmicas distintas e focos diferenciados.
Enquanto a Inteligência de Mercado busca primariamente referência nos clientes e suas demandas e o que o mercado está fazendo, a Inteligência Competitiva entende as dinâmicas de mercado, os canais de venda, etc. Obviamente uma abordagem não exclui a outra, e quando se trabalha com inteligência competitiva, por exemplo, vai ser necessário usar informações relacionadas às demandas e tendencias dos consumidores de forma complementar – e vice versa, inteligência de mercado também envolve informações sobre concorrentes. A diferença é o foco principal das análises, a abordagem no ponto de partida, e os principais resultados esperados ao final. Por isso, para colocar em prática qualquer uma das duas inteligências, listamos 3 dicas que entendemos serão de grande valia para a concretização deste objetivo. São elas:
· Envolva diversos setores da empresa no entendimento e uso da informação
O ideal é ter um departamento responsável pela área de Inteligência, que gerencie as informações de fontes externas, faça o cruzamento com informações internas, acompanhe e aterrisse tendências entre outros. Mas, este deve envolver pessoas específicas de diversos setores da empresa para disseminar o uso da informação de forma consistente, considerando a demanda de uso de cada área.
· Estabeleça um planejamento completo e SMART
Para o planejamento sair do papel em conjunto, é interessante a elaboração de um planejamento de curto, médio e longo prazo de ação. Isto levará os responsáveis por várias atividades a integrar cada vez mais os processos de dia-a-dia da empresa com as necessidades das inteligências competitivas e de mercado. Lembrando que todo plano deve ser Smart: S (Específico), M (Mensurável), A (Atingível), R (Relevante) e T (Temporal)
· Mapeie o tipo de cenário em que a sua empresa se encontra.
Observar o cenário atual em que se encontra sua organização, ajudará em um primeiro momento, a entender qual tipo de inteligência se aplica. Mas, a longo prazo, corrobora tranquilamente para a construção de uma estratégia conjunta entre ambas as inteligências, pois o entendimento do cenário forçosamente levará a definições de prioridade e a um cronograma de ação mais específico.
· (Dica Extra) O objetivo é chegar na Inteligência de varejo
Caso a empresa tenha o real interesse em atuar com inteligência, sugerimos primeiro a estruturação da Inteligência de Mercado. Ela é mais usual e existem relatórios pré-formatados fornecidos pelos institutos de pesquisa regular com informações sobre tendencias e comportamentos do consumidor, além de aspectos da concorrência no mercado.
É bom frisar, porém, que você não pode ser sempre reativo a informações do mercado, isto não é estratégia! Sobretudo quando procura se diferenciar pela inovação. Neste ponto, a inteligência de varejo sai na frente, por oferecer um arcabouço ferramental mais amplo. Quer saber em que estágio da prática de inteligência de varejo você está? Implantá-la na sua empresa? Entre em contato conosco.