Pensar no futuro do varejo é olhar para cenários repletos de desafios, mas também de oportunidades. Afinal, este é um setor da economia bastante promissor no Brasil e no mundo, que vem inovando consistentemente ao longo dos últimos anos e que está presente, de uma forma ou de outra, no dia-a-dia de toda a população.
Em 2020, o mercado varejista lidou com a novidade de um ambiente de pandemia, que fez com que a circulação de pessoas fosse reduzida. Foi necessário investir ainda mais no e-commerce — que registrou a maior alta dos últimos 20 anos, um crescimento de 47{b97535956982347505e90841a941152adc3238ce8637e8f0e15be94c4be72a7d} no primeiro semestre, segundo a Ebit|Nielsen.
Também a necessidade de lidar com adaptações a uma nova realidade, sendo realizadas muito rapidamente, se fez presente — do home office e atendimentos profissionais remotos, aos ajustes logísticos relacionados à demanda por serviços de delivery.
Entramos em 2021 com a certeza de que nada mais será como antes. Por isso, é importante reorganizar as estratégias e inserir ainda mais inteligência nas negociações.
Sobre isso vamos ajudar a refletir ao longo deste artigo. Veja abaixo os vários estilos de negociação no varejo para avaliar qual deles se adequa mais ao seu negócio!
No segundo ano de uma nova década que já se mostrou revolucionária, o setor varejista está cheio de esperanças. Com o susto da pandemia em vias de estar relativamente controlado, espera-se que os consumidores passem a comprar mais em todos os tipos do varejo, porém com novos hábitos adquiridos, e mesmo alguns acelerados, nestes últimos dois anos.
Com mais conectividade e opções, os consumidores devem se tornar ainda mais exigentes. Ao mesmo tempo, há a necessidade de se conseguir relações fortes com fornecedores e parceiros de negócios e, principalmente, usar a tecnologia de maneira tática.
No entanto é importante não perder a visão da realidade da economia nacional. Ainda que o setor esteja passando por altos e baixos em intervalos curtos nos últimos tempos, até mesmo alcançando em determinado período um índice 7,3{b97535956982347505e90841a941152adc3238ce8637e8f0e15be94c4be72a7d} acima do patamar pré-pandemia segundo o IBGE, os fantasmas do desabastecimento e da inflação podem voltar a dar as caras.
A cautela, portanto, deve dar a tônica dos investimentos. Em contrapartida, os especialistas chamam a atenção para a necessidade de inovação, principalmente no que diz respeito aos processos, e as negociações não são exceção a isso.
A expectativa é que 2021 dite o ritmo do desenvolvimento do varejo ao longo dos próximos dez anos. Os empreendedores do setor que melhor potencializarem suas inteligências de negócio e evoluírem em suas relações com seus fornecedores deverão protagonizar essa década.
Para além de se atentar nas tendências do varejo, empresários e gestores do setor vão precisar fazer ajustes em sua cultura de negociação.
Pensando nisso, trouxemos alguns exemplos dos principais estilos de negociação no varejo. Confira-os, a seguir!
Comecemos pelas maneiras clássicas de se conduzir negociações. Elas seguem sendo a base, mas precisam ser complementadas com novos métodos — como veremos a seguir.
Dentro do estilo de negociação clássica temos o método assertivo, persuasivo, estável e detalhista.
O modelo assertivo trabalha com clareza e objetividade na exposição de ideias, usa de recursos estatísticos para convencer, tendo um apelo maior à racionalidade.
O modelo persuasivo tem foco na argumentação empática com o objetivo de criar uma atmosfera amigável, introduzindo pequenos detalhes pessoais no relacionamento.
Porém, o modelo estável se baseia em uma negociação lenta, sem apelo ao imediatismo e ao senso de urgência. Os argumentos de convencimento são voltados ao consenso.
Já o detalhista tem certa semelhança com o assertivo, pois ele também é pautado na lógica e na racionalidade. Porém, como o próprio nome diz, esse perfil especifica detalhadamente os argumentos.
Com uma outra vertente, o famoso psiquiatra Carl Jung inseriu um tônus psicoemocional nas negociações. Na classificação oriunda de seu trabalho, encontramos quatro tipos de negociação: restritiva, amigável, ardilosa e confrontadora.
Restritiva: há pouca sintonia e cooperação, nesse caso, cada negociador está focado em seus interesses pessoais, focando seu discurso em posições que o beneficiem.
Amigável: considera a posição e opinião de todos os lados envolvidos, independente do resultado final da negociação.
Ardilosa: negociadores com certa distância, apelo à imposição ou adesão ao outro por respeito. Apoio à “sobrevivência” da negociação.
Confrontadora: misto de confiança e controle, apelo à equidade, com colaboração, mas de maneira incisiva e direta.
A título de comparação, também é interessante olhar para o que apontaram Kenneth W. Thomas e Ralph H. Kilmann na década de 1970. Eles desenvolveram o Thomas Kilmann Instrument (TKI), um método no qual se observam os traços comportamentais de uma pessoa para, a partir daí, empregar o estilo adequado de negociação.
Para Thomas e Kilmann, existem 5 formas diferentes de lidar com conflitos interpessoais que ajudam as pessoas a se relacionar: combativo, colaborativo, comprometido, evasivo e prestativo.
Entenda, a seguir, cada um dos estilos de negociações deste método e entenda como utilizá-los em sua estratégia comercial no varejo!
O estilo evasivo de negociação é o que deixa para amanhã, que não faz nada até a situação se acalmar.
Invariavelmente, ele é empregado para adiar o conflito, evitando a perda de controle. E pode ser bastante útil em situações de negócios de baixa relevância.
Quem emprega o estilo evasivo acredita que o tempo vai ajudar a resolver o problema. Além de esperar pelo momento certo e procrastinar, o evasivo sabe se colocar de lado. O problema é quando um conflito não-resolvido se intensifica, gerando consequências mais graves.
No estilo competitivo, o negociador defende os seus direitos, ideias e visões sobre as situações. Mais do que isso, ele quer que a outra parte acredite no seu ponto de vista e se esforça para convencê-la.
Isso faz com que os negociadores combativos sejam bastante assertivos, tomem decisões e ações rápidas, o que é importante em assuntos urgentes.
Também assumem posições firmes, não são facilmente intimidados e se baseiam na lógica do vencedor e perdedor. Por conta da competição, acabam gerando atitudes defensivas nas outras pessoas.
O estilo de negociação comprometido costuma dar coisas que a outra parte quer em troca do que ele está buscando. Em termos ainda mais simples: os dois lados ganham algo, ainda que algumas necessidades tenham deixado de ser atendidas.
Outra forte característica do estilo comprometido é a busca de soluções ágeis. A prioridade é o prazo, sendo o “meio termo” algo que reduz conflitos.
O compromisso geralmente surge quando as partes não conseguem evoluir na negociação. E o risco é de que as duas acabem insatisfeitas, sem ter experimentado uma solução diferente.
No estilo prestativo, o negociador busca visualizar o ponto de vista do outro. Isso porque vê os benefícios de concordar com a outra parte para a negociação.
Por um lado, é louvável a consideração pela visão da outra pessoa. Mas, por outro, é frequente a baixa consideração pelos seus próprios objetivos.
Este estilo de negociador reconhece os próprios erros, o que facilita o aprendizado. Ele também não faz questão de se mostrar; prefere dar espaço para as outras pessoas.
“Duas cabeças pensam melhor do que uma”: essa é uma máxima que resume a espinha dorsal do estilo de negociação colaborativo.
Neste tipo de negociação duas ou mais pessoas resolvem um assunto juntas de um jeito satisfatório para todos os envolvidos.
Para tal, discutem-se as divergências, pontos de vista são intercambiados e há abertura para a busca de soluções integradas.
Trata-se, portanto, de um estilo de negociação intimamente ligado à empatia. Há escuta ativa, lida-se de forma equilibrada com as diferenças e as posições defensivas tendem a desaparecer.
Até os anos 1980, os fornecedores eram vistos como adversários e tinham como pressuposto uma relação antagônica. Porém, a partir dos anos 1990, os varejistas passaram a enxergar seus fornecedores como possíveis parceiros e passaram a empregar cada vez mais uma relação colaborativa. Ao longo dos anos, diversos setores, incluindo o varejista, perceberam que quando fornecedor e comprador atuam em colaboração, isso se torna um diferencial competitivo – principalmente quando se atinge isto nos principais casos.
Uma forma de abordar isto é classificar os tipos de compras e produtos, por exemplo os casos de compras funcionais, produtos premium, ofertas de longo prazo, etc, e associar seus fornecedores a isso, de forma que fique claro quais são os mais importantes – e trabalhar um plano a partir disto.
Quando há uma cultura de colaboração com os fornecedores, as partes trabalham com objetivos alinhados, minimizando conflitos e maximizando resultados, proporcionando um maior comprometimento com os negócios.
Resumindo em um ponto: transforme suas relações com fornecedores-chave em estratégicas, inclusive no estilo de negociação.
Em suma, além de estudar os estilos e formas de negociação no varejo para empregá-los em distintas situações, as empresas do setor devem estar atentas às tendências. São novos rumos que o mercado em geral está tomando, e sobre os quais é preciso atuar.
Aqui na in360, nós procuramos apoiar varejistas no uso das metodologias e das tecnologias a serem empregadas para melhorar a sua inteligência de varejo. Transformamos dados em informações acionáveis, auxiliando na formatação de equipes multidisciplinares e na sua tomada de decisão. Com isso, ajudamos empresários e gestores a avaliar, decidir, planejar, implementar e monitorar ações que alavanquem resultados em toda a cadeia de valor.
O que você achou dos estilos de negociação que apresentamos neste artigo? Você se sente uma pessoa preparada para o futuro do varejo? Se precisar de ajuda, não hesite em falar conosco!